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E se o Brasil fosse árabe? A Batalha de Lepanto e o destino brasileiro

Se os resultados da Batalha de Lepanto fossem outros, a nossa civilização, a nossa cultura e todo o Brasil como conhecemos não existiriam. A vitória naquela guerra tem muita a nos ensinar sobre como podemos combater as ameaças que enfrentamos em nossos dias.

A Batalha de Lepanto, de Andrea Vicentino

A Batalha de Lepanto, de Andrea Vicentino (1595-1605)


 

Você já se perguntou como seria sua vida caso tivesse nascido numa cultura diferente, caso ações e decisões de homens do passado fossem distintas, de modo a alterar completamente o fluxo das coisas e modificar o presente como conhecemos, dando lugar a uma outra civilização? 

E se, por exemplo, o Brasil, terra catequizada por um São José de Anchieta, lar de um Frei Galvão e de uma Santa Dulce dos Pobres, fosse Árabe? 

E se nossa religião principal não fosse a única e verdadeira, fundada pelo próprio Cristo sobre a fé de São Pedro, mas o islã? Se a nossa belíssima literatura em língua latina, herdada de Virgílio, Dante e Camões fosse trocada pelos contos narrados em algo como Mil e Uma Noites?

Pode até parecer estranho tentar imaginar uma situação como essa, mas a verdade é que não há nada de absurdo nisso. Afinal, isso quase aconteceu de fato durante o Renascimento. 

Sim, se nos entristecemos e até desesperamos ante a situação em que nosso país se encontra na atualidade, conforta-nos a consciência de que tudo poderia ser bem pior, não fosse a ativa participação do poder espiritual que reinava nos corações de grandes e corajosos homens ocidentais.

No ano de 1571, o sultão Solimão I, chamado “O Magnífico”, iniciou uma política expansionista do Império Otomano e começou a tomar à força pontos militares importantes do Ocidente.

Eis um fato histórico que definiu os rumos do mundo e também a nossa própria existência.

Foi no mar de Lepanto, na Grécia, o ponto ápice desse conflito.

 

A Batalha de Lepanto, de Giorgio Vasari

A Batalha de Lepanto, de Giorgio Vasari.

 

De um lado, estava Selim II, filho de Solimão I, cumprindo o desejo expansionista de seu pai com um exército descomunal de navios que avançavam contra o Ocidente.

Do outro, um exército bem menor, composto por navios carregados de guerreiros cristãos e centenas de… padres católicos.

Como, afinal, isso foi acontecer? O que levou tantos homens ordenados e servos da Igreja a entrar em guerra para enfrentar os temidos guerreiros otomanos?

A resposta para essas perguntas estava em Roma, num único homem: um italiano, nascido em Bosco Marengo, chamado Antonio Ghislieri ou, como conhecemos, Papa São Pio V.  

 

São Pio V retratado por Bartolomeo Passarotti.

 

Era ele quem reinava na cátedra de Pedro durante a Batalha de Lepanto e foi também quem abriu os olhos dos cristãos ocidentais para o avanço muçulmano e orientou os reinos europeus para uma direção: “Ou reagimos ao avanço, ou ele irá nos explodir”.

 


Se o destino da Batalha de Lepanto fosse outro, provavelmente a maior parte da Europa cristã teria sido tomada e hoje, o Brasil seria muçulmano.


 

Foi a partir da sua orientação espiritual que os exércitos cristãos reagiram à invasão no Golfo de Lepanto. 

Mas havia ainda um problema muito claro: em números, os cristãos não tinham chance. Como poderiam combater e vencer?

Bem, cabe-nos lembrar qual é a maior e mais eficiente arma de um cristão: a oração.

São Pio V depositou a fé aos pés da Virgem Santíssima e enviou aos navios sacerdotes padres ordenados para atender as confissões dos soldados e distribuir a Sagrada Comunhão.

Rosários eram rezados incessantemente durante a batalha e as Ave-Marias eram o único grito de guerra das tropas.

E ali, no dia 7 de outubro de 1571, duas coisas improváveis aconteceram.

No mar de Lepanto, mesmo estando em um número muito maior, perceberam a derrota e retiraram.

E, em Roma, sem os meios de comunicação ágeis de que dispomos hoje, São Pio V interrompeu uma reunião, foi até a janela de sua sala e fitou o céu por alguns minutos, Depois, virou para os que estavam com ele e falou:

 

“Encerremos a reunião. O exército católico venceu os muçulmanos. É hora de darmos graças a Deus.”

 

Ele teve uma visão da Virgem no céu, mostrando-lhe a vitória na batalha. 

A notícia só chegaria oficialmente duas semanas depois, e este dia ficou instituído como o dia de Nossa Senhora do Rosário ou das Vitórias.

Foram os jejuns, as orações e, principalmente, os rosários rezados que salvaram o Ocidente da islamização.

Se o destino da Batalha de Lepanto fosse outro, provavelmente a maior parte da Europa cristã teria sido tomada e hoje, o Brasil seria muçulmano.

Aí está, atestada na nossa história, a importância que têm os poderes espirituais e a fé, que dão sentido à vida do homem.

Hoje, mais de 400 anos depois, a Batalha de Lepanto parece repetir-se constantemente, em um outro lugar e contra novos inimigos, mas a ameaça é similar e a melhor arma de que dispomos continua a mesma: a oração. 

Devemos, portanto, manter aguçada nossa fé, pois arma alguma é maior e mais poderosa do que ela.

Prof. Taiguara Fernandes

Prof. Taiguara Fernandes

Advogado, professor, analista e palestrante, Taiguara Fernandes dedica sua vida aos estudos de temas como Filosofia, Religião, Política, Direito, História… há mais de 15 anos. Já palestrou em vários congressos pelo Brasil, como o CPAC Brasil, Fundação Alexandre de Gusmão (FUNAG-Itamaraty), Instituto Borborema e Centro Dom Bosco.

Prof. Taiguara Fernandes

Prof. Taiguara Fernandes

Advogado, professor, analista e palestrante, Taiguara Fernandes dedica sua vida aos estudos de temas como Filosofia, Religião, Política, Direito, História… há mais de 15 anos. Já palestrou em vários congressos pelo Brasil, como o CPAC Brasil, Fundação Alexandre de Gusmão (FUNAG-Itamaraty), Instituto Borborema e Centro Dom Bosco.

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